Dentro destas três áreas e obedecendo as linhas de pesquisas, foram desenvolvidos inúmeros projetos (cerca de 60). Destacaremos aqui dez projetos que se enquadram nas áreas prioritárias Tecnologias Habilitadoras, Tecnologias para desenvolvimento sustentável e Tecnologias para Qualidade de Vida e de acordo com as linhas de pesquisa. Todos são coordenados por pesquisadores da equipe do PPGGAG, são eles:

1 - Área de Geofísica:

- Caracterização da Sismicidade Natural e Desencadeada na região sudeste com base no monitoramento sísmico nas áreas de reservatórios de FURNAS Centrais Elétricas e nos dados das estações da Rede Sismográfica Brasileira (RSB): (LP – GRe). Projeto financiado por FURNAS- Centrais Elétricas no valor de R$1.470.000,00. Coordenador: Prof. Mônica Giannoccaro Von Huelsen. Descrição: Objetivo Geral do trabalho é caracterizar a região sudeste em termos geofísicos, utilizando dados de sismologia, gravimetria, magnetometria e eletromagnetometria, realizando modelagens locais da crosta. Os objetivos específicos são realizar um histórico da sismicidade desencadeada (SDR) na região, monitorar as áreas de reservatórios de FURNAS Centrais Elétricas S.A. (Corumbá, Estreito, Funil, FURNAS, Itumbiara, Marimbondo, Manso, Batalha e Simplício), realizar novos estudos de SDR, monitorar as áreas dos reservatórios, verificar as mudanças dos níveis de sismicidade, determinar espessura da crosta e modelar a crosta e estruturas geofísicas com base em dados satelitais, aéreos e terrestre de gravimetria e magnetometria. Além disso, o projeto também permite gerar informações sobre terremotos para a comunidade.

- Caracterização e manejo dos sedimentos assoreados no reservatório do Descoberto. (LP – GRa) Projeto financiado pela FAP/DF. Coordenador: Prof. Marco Ianniruberto. Descrição: O estudo proposto busca definir metodologia de avaliação do volume e das características geoquímicas e de fertilidade dos sedimentos que estão provocando o assoreamento do reservatório do Descoberto, visando embasar soluções para eventual reaproveitamento desses materiais geológicos para atender o duplo objetivo de estender a vida útil do reservatório e recuperar solos degradados do seu entorno.

 

- Estudo da compartimentação tectônica da crosta e do manto superior sob o Cráton Amazônico com técnicas sismológicas. (LP – GRe) Projeto financiado pela Petrobrás/ANP no valor de R$2.604.443,00. Coordenador: Prof. Dr.Marcelo Peres Rocha. Descrição: A maior unidade cratônica que forma a PSA é o cráton Amazônico (CA), que também é uma das maiores áreas cratônicas do mundo, com mais de 4.4 milhões de metros quadrados (Cordani et al., 2009). O CA localiza-se na região norte da América do Sul e ocupa uma grande parte do território brasileiro, sendo quase toda sua extensão coberta pela Floresta Amazônica, o que impõe severas dificuldades para realização de trabalhos na região. Do ponto de vista sismológico, o CA é historicamente carente de estudos devido à baixa densidade de estações sismográficas na região norte, contando, na maior parte do tempo, com poucas estações da Rede Global e algumas estações temporárias. Neste sentido, este projeto tem como objetivo geral estudar a estrutura sísmica da crosta e do manto superior sob o cráton Amazônico e suas adjacências utilizando diferentes métodos sismológicos e geofísicos, visando definir os limites dos blocos paleoarqueanos que se aglutinaram para a sua formação durante o paleo e mesoproterozóico. Espera-se contribuir para o entendimento da sua evolução tectônica e dos mecanismos formadores de suas bacias interiores, e que os resultados permitam discutir se o cráton Amazônico está compartimentado em blocos menores, aglutinados durante a sua formação.

- Modelo tridimensional (3D) da litosfera sob a Bacia do Parnaíba (Brasil): integração de estudos sísmicos e sismológicos (LabLitos-UnB-Finatec). (LP – GRe). Projeto financiado pelo LabLitos. Coordenador: Prof. Dr. José Eduardo Pereira Soares. Descrição: Este projeto propõe reunir o conjunto de dados sísmicos e sismológicos coletados e processados pelo Laboratório de Estudos da Litosfera (LabLitos) da Universidade de Brasília (UnB) durante o projeto PBAP e realizar uma interpretação integrada para obter uma visão tridimensional da crosta profunda e manto litosférico sob a Bacia do Parnaíba e discutir possível relação das estruturas profundas com a origem da bacia.

2 - Área de Geoprocessamento e Análise Ambiental:

- AQUAVANT da Rede Aquasense - Desenvolvimento de pequenas aeronaves leves não tripuladas (VANT) ou Remotamente Pilotadas (ARP): (LP – DMEMA). Desenvolvimento de pequenas aeronaves leves não tripuladas (VANT) ou Remotamente Pilotadas (ARP) São projetos e subprojetos financiados pela FINEP. Coordenador: Prof. Henrique Llacer Roig. Descrição: O objetivo desse projeto é de desenvolver o uso de técnicas de sensoriamento remoto para complementar e adensar as redes de monitoramento convencionais de qualidade de águas em rios, lagos e reservatórios. A rede constituída para essa proposta vem desenvolvendo trabalhos pioneiros nessa temática, demonstrando a possibilidade técnica e o potencial da abordagem para as agências gestoras dos recursos hídricos. Projeto desenvolvido no âmbito da REDE de pesquisa Desenvolvimento de técnicas de sensoriamento remoto para o monitoramento da qualidade das águas continentais em rios, reservatórios e lagos do Brasil.

- PrEpidemia - Observatório de predição e acompanhamento da epidemia COVID-19. (LP- (AVSRGCG). Projeto financiado pelo DPI/DEX. Coordenador: Prof. Dr. Edilson Bias. Descrição: O objetivo desta proposta é criar um observatório para a pandemia COVID-19, abordando aspectos de saúde, econômico, transporte público, geoespacial, com contribuições de equipe multidisciplinar composta por pesquisadores das áreas: geociências, saúde, engenharia de produção e matemática com ênfase no Distrito Federal e na Região Integrada de Desenvolvimento Econômico (RIDE). A mobilidade é considerada um fator importante na difusão do COVID-19 e os profissionais de saúde há muito tempo utilizam o mapeamento convencional e, mais recentemente, os sistemas de informação geográfica como uma importante ferramenta para auxiliar no mapeamento e análise destes processos. Esta pesquisa é aplicada, exploratória-descritiva, quantitativa e multidisciplinar. Espera-se por meio do observatório o acompanhamento, a análise e a previsão de cenários com a finalidade de apoiar decisões para combater o COVID-19.

- Susceptibilidade, Hidrologia e Geomorfologia Cárstica Aplicadas à Conservação do Patrimônio Espeleológico da Área de Proteção Ambiental das Nascentes do Rio Vermelho.(LP – DMEMA) Projeto financiado pelo TCCE 01/2018. Vale/ICMbio. Coordenador: Prof. Dr.Rogério Uagoda. Descrição: objetivo geral é o de estudar os sistemas cársticos da região do Rio Vermelho, buscando entender sua vulnerabilidade intrínseca a partir do estudo de fontes de águas e sedimentos e de sua contaminação em sistemas de deposição, comparando dados de contaminação e erosão obtidos pelas metodologias de monitoramento clássico, com aqueles obtidos por Isotopia Analítica

3-Área de Recursos Hídricos e Meio Ambiente:

- DIAGNÓSTICO DA CONTAMINAÇÃO E PROPOSTA DE REMEDIAÇÃO DO ANTIGO LIXÃO DA ESTRUTURAL, DISTRITO FEDERAL. (LP - HCA) Projeto financiado pelo Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE) no valor de R$850.000,00. Coordenador: Prof. Dr.José Elói Guimarães Campos. Descrição: O estudo pretende definir os aspectos referentes à contaminação das águas subterrâneas e Superficiais, determinação dos limites da pluma de contaminação, além de aplicar pilotos de fitorremediação, tratamento de chorume e estabilização da biodisponibilidade de metais no solo.

- ESPECTRORRADIOMETRIA PARA MONITORAMENTO DE SEDIMENTOS EM RESERVATÓRIOS – SPECTROSED. (LP - GRHS) Projeto financiado pela ANEEL P&D. Coordenador: Prof. Dr.Henrique Llacer Roig. Descrição: A Usina Hidrelétrica Jirau – UHE Jirau, está instalada sobre o rio Madeira transporta 50% do sedimento exportado pela bacia amazônica ao oceano Atlântico (Espinoza Villar et al. 2013). Atualmente, o monitoramento sedimentar é realizado pelas concessionárias de maneira convencional trimestralmente em locais fixos. Essa frequência não é adequada tendo em vista que cerca de 90% do fluxo sedimentar transportado em um sistema fluvial ocorre durante menos de 10% do ciclo hidrológico. Assim, o projeto de P&D propõe por meio do uso de equipamentos automatizados de baixo custo e a disponibilização dos resultados em tempo real. Assim, o projeto está baseado no desenvolvimento de uma estação radiométrica automática que fornecerá um monitoramento hidrossedimentológico com alta frequência temporal, robusto e de fácil manutenção.

- OSCa-Varz - Observatório das dinâmicas socioambientais nas várzeas: em visto uma gestão sustentável dos recursos em contexto de mudanças climáticas e socioambientais (LP - GQ). Projeto financiado pelo CNPq MCTI.. Coordenador: Prof. Dr. Jérèmie Garnier. Descrição: A proposta integra-se no quadro das linhas de pesquisas do laboratório misto internacional OCE (Observatoire des Changements Environnementaux / Observatório das mudanças ambientais) criado entre a Universidade de Brasília e o instituto de pesquisa para o desenvolvimento (IRD Institut de recherche pour le développement). Criado em 2009, o laboratório é baseado sobre um consórcio multidisciplinar juntando quatro laboratórios franceses (ESPACE-DEV, GET, LEGOS e PALOC), três institutos da UnB (departamento de geografia, Instituto de geociência, Centro de Desenvolvimento Sustentável), um laboratório da Universidade Estadual de Amazonas e a Fiocruz. Vale mencionar que o laboratório foi avaliado fim 2013 por um comitê misto (CNPq-IRD) de peritos que ressalteou o nível de excelência das pesquisas desenvolvidas com uma forte integração das equipas francesas e brasileiras e sua forte implicação na formação de recursos. Diante da avaliação positiva feita pelo comitê misto, a laboratório foi estendido por mais cinco anos (2014-2018). As atividades do laboratório têm por objetivo de estudar as interações entre sociedade e meio ambiente, incluindo as interações entre meio ambiente e saúde, no contexto das mudanças sócias e ambientais. A proposta apresentada aqui tem por objetivo principal de reforçar as atividades do laboratório desenvolvidas na bacia Amazônica, com um foco no estudo dos ecossistemas de planícies de inundação. Estes ecossistemas estão ameaçados por pressões antropogênicas aplicados a nível local e regional. Os impactos antrópicos se sobrepõem ás mudanças climáticas e ameaçam o funcionamento dos ecossistemas de várzeas, a sua biodiversidade e os usos tradicionais dos recursos. O laboratório OCE, em associação com demais instituições brasileiras (UFRGS/ IPH, UFOPA, UFJF, INPE em particular) e francesas, propõe uma abordagem interdisciplinar associando observação por satélite e in situ, experimentações de campo e de laboratório, entrevista e oficinas de trabalho com a população local, e modelagem (sistemas multiagentes e a base física). Tal questão é de interesse evidente para a comunidade científica brasileira e internacional, e para a definição de políticas de manejo sustentável e de conservação dessas áreas que poderão ser executadas com maior eficiência com base nos resultados de pesquisa.